Sobre Paulo Coelho - comentário em blogue

Olá Pedro,
Mais um bom e polêmico texto!
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Deixe-me expor minha opinião sobre o PC. Quando comecei a ler, de verdade, lá pelos meus 18 anos, pulei da Agatha Christie (de quem já tinha lido metade da obra) para o PC. Isso foi bem na época em que se deu o BOOM-PC no Brasil. Na ocasião, todos carregavam seu exemplar de O Alquimista preso ao sovaco. De repente, o brasileiro (pelo menos o urbanoide paulistano, como eu) começou a ler, pra valer! Que bom! Em seguida, se não me engano, veio o Diário de um Mago: nova febre. Todos liam e repetiam chavões do tipo: "tenha calma, o universo conspira a seu favor".
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Pois bem, Pedro, a meu ver, aí está o mérito do PC e sua verdadeira contribuição ao nosso panorama literário: a iniciação de uma geração. PC funcionou como funcionou o vinho alemão da garrafa azul, no idos de 1990, que fez o brasileiro começar a se aproximar no mundo do vinho. Sejamos sinceros: quem hoje, dos que começou naquela época a tomar vinho, ainda aprecia vinhos docinhos e mal produzidos como aqueles pseudo-alemães? Ninguém. O tempo passou para aquele jovem e o amadureceu, o levou a conhecer coisas melhores, a requintar seu paladar. Hoje, se o sujeito aprendeu sobre vinhos e já bebe coisas de melhor qualidade, deve aos alemãezinhos da garrafa azul. Eu sou um deles, por exemplo.
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O PC fez o mesmo. Teve, portanto, o mesmo mérito: iniciou uma geração no mundo da leitura.
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Bem, quanto à sua obra, quem sou eu para dizer alguma coisa? Deixo a palavra com um professor que tive no curso de Administração de Empresas: Sérgio Bars. Sérgio defendeu uma tese de mestrado, na Casper Líbero, aqui em SP, intitulada: Paulo Coelho: Mito e Mercado. Vale uma lida neste trabalho, muito sério e bem alicerçado. Jogue o título no Google juntamente com o nome do Sérgio, e o achará na íntegra. Você verá que o Jair está certo, mas apenas parcialmente.
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O que o PC fez foi criar uma enorme colcha de retalhos com um pouco de muita coisa: trechos do hinduísmo, da Bíblia de Jerusalém, do Alcorão, etc. Juntou a isso uma boa dose de misticismo eclético (de várias correntes e ideologias) e um bom (excelente!) marketing pessoal, suportado por seu histórico de mentor, compositor-parceiro e amigo do Raul Seixas... enfim, espie a tese do Sérgio e opine.
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Forte Abraço,
Cesar Cruz
. S.Paulo - SP (Julho 2009)
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Texto comentado - blogue do amigo Pedro Luso
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