Hoje, dia 24 de julho de 2014, alguns dias depois da morte do escritor
João Ubaldo Ribeiro (de quem eu muito aprecio a obra e respeito a memória), recebo este e-mail, abaixo, de um amigo, que
não vou revelar o nome publicamente. Leiam:
"Cesinha, o João Ubaldo Ribeiro que me desculpe lá do céu e que Deus o tenha, mas por favor leia com seus próprios olhos essa última crônica dele publicada no jornal O Globo e também no Estado de São Paulo, depois leia a sua.
Para te ajudar pus as duas aí embaixo, uma depois da outra (peguei a sua no seu blog, e a dele no blog do Globo, e de ambas cortei o que não era importante para a comparação). Ele se inspirou na sua, pode apostar a vida nisso. Fez um, digamos assim, “plágio branco”, coisa de malaco experiente. Só que a sua é de 2012 e está até no seu último livro do ano passado que eu tenho lá em casa, autografado.
Desencana que defunto não pode ser processado! Fica aí pra você pelo menos o orgulho de saber que o grande João Ubaldo Ribeiro leu sua crônica e nela se “inspirou” (para dizer o mínimo), disso eu não tenho dúvida. Leia e depois me conta.
1 abraço do ..."---------------------
Se é ou não é o que ele defende ser, nunca irei saber. Fica como curiosidade para quem aqui neste blog um dia aportar. Abaixo ambos os textos para comparação.
Os Perigos do Rolo Invertido
Cesar Cruz
Começo o artigo com uma
pergunta ao cidadão que me lê? Quem está invertendo os rolos de papel higiênico
nos nossos banheiros? Sim, porque não é de hoje que tenho observado essa estranha
ocorrência no banheiro lá do escritório, fato que já flagrei também lá em casa.
Fiz o teste: desinverti o rolo de papel lá no banheiro da firma. Em pouco tempo
apareceu invertido novamente. Quem foi? Saí perguntando de mesa em mesa.
Ninguém se acusou. Só riram quando perguntei. Estranho.
Como se sabe, um bom e
honesto rolo de papel higiênico deve rodar para frente, nunca para trás.
Consultando amigos, descobri que a inversão misteriosa dos rolos se trata de
algo corriqueiro não só nas firmas como nas casas, o que me faz crer que possa
ser uma ação perpetrada por gente infiltrada a mando do Governo ou de facções
radicais islâmicas.
E antes que algum leitor
se levante para dizer qualquer coisa, alerto: o resultado de se inverter o rolo
do papel higiênico pode ser fatal e catastrófico, uma vez que invertido ele
inevitavelmente resvalará na parede suja do sanitário (cheia de micróbios e
bactérias das gotas de urina e respingos de cocô ali depositados) contaminando
o anus, ou os genitais, de um cidadão (ou cidadã) inocente, produzindo uma
poderosa infecção que, levada pelas fezes infectadas do novo hospedeiro
transmissor, contaminará rios, mares e mananciais, causando uma pandemia que
matará milhares, senão milhões de pessoas pelo mundo em questão de dias!
Leitor, verifique e
fiscalize, em sua casa e na repartição, você também é responsável. Façamos uma
campanha contra o rolo de papel higiênico invertido. Você empresário, instale
câmeras em seus banheiros — como eu já fiz lá na empresa. Assim,
pegaremos de calças curtas esses terroristas e os levaremos aos tribunais, à
corte suprema de Haia, à forca, se preciso for!
O Correto Uso do Papel Higiênico
João Ubaldo Ribeiro
Estive pensando nos tempos que vivemos e me ocorreu que, dentro em
breve, por iniciativa do Executivo ou de algum legislador, podemos esperar que
sejam baixadas normas para, em banheiros públicos ou domésticos, ter certeza de
que estamos levando em conta não só o que é melhor para nós como para a
coletividade e o ambiente. Por exemplo, imagino que a escolha da posição do
rolo do papel higiênico pode ser regulamentada, depois que um estudo científico
comprovar que, se a saída do papel for pelo lado de cima, haverá um desperdício
geral de 3.28 por cento, com a consequência de que mais lixo será gerado e mais
árvores serão derrubadas para fazer mais papel. E a maneira certa de passar o
papel higiênico também precisa ter suas regras, notadamente no caso das damas,
segundo aprendi outro dia, num programa de tevê.
Tudo simples, como em
todas as medidas que agora vivem tomando, para nos proteger dos muitos perigos
que nos rondam, inclusive nossos próprios hábitos e preferências pessoais. Nos
banheiros públicos, como os de aeroportos e rodoviárias, instalarão câmeras de
monitoramento, com aplicação de multas imediatas aos infratores. Nos banheiros
domésticos, enquanto não passa no Congresso um projeto obrigando todo mundo a
instalar uma câmera por banheiro, as recém-criadas Brigadas Sanitárias
(milhares de novos empregos em todo o Brasil) farão uma fiscalização por
escolha aleatória. Nos casos de reincidência em delitos como esfregada ilegal,
colocação imprópria do rolo e usos não autorizados, tais como assoar o nariz ou
enrolar um pedacinho para limpar o ouvido, os culpados serão encaminhados para
um curso de educação sanitária. Nova reincidência, aí, paciência, só cadeia
mesmo.
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