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Texto escrito para a página de abertura do Blog.
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Não sei você, mas eu tenho uma bronca danada de blogue. Sempre que convido as pessoas a visitar o meu blogiue, a maioria se esquiva dizendo que não sabe navegar em blogues, que blogues são difíceis de se entender, blogues são uma bagunça danada etc e tal.
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A verdade é que eles têm razão, a maioria dos blogues é assim mesmo. As pessoas os usam como se fossem diários, os constroem como se fossem despensas para bagunça, os organizam sem método algum; amontoam tudo! É como num quarto, em que você joga uma TV num canto, umas almofadas velhas pelo chão e se esbalda com um prato de lasanha no colo, os pés sobre a mesa e uns amigos largados e proseando besteiras descompromissadas por ali. Para a maioria dos blogueiros, um blogue é isso, um cantinho para se sentir bem à vontade, e em turma!
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Aí um chato, envelhecente e metódico como eu, entra lá e vê fotos misturadas a textos e filmes do You Tube, que por sua vez estão amontoados sobre links, que estão empilhados em arquivos de som; e logo ali dependurado num canto estão uns comentários de sei lá quem e as fotos do cachorro do vizinho do chefe da Paulinha e algo sobre um churras que um tal de Dida fez e dali a pouco topa-se com o Lula-lá e mais um comentário sócio-político acolá e a história de uma briga na porta da escola da irmã de um amigo do Nenê e logo ali um texto do Chaplin colado na foto do Chê e... Ufa, que confusão! Não dá pra entender nada!
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Então você pode se perguntar: mas qual o propósito de uma pessoa em manter um espaço assim? Eu tenho a resposta: o propósito é a liberdade de expressão! Que bom que hoje, qualquer pessoa, sem gastar dinheiro nenhum, pode projetar, montar e gerenciar seu próprio site sem assessoria técnica especializada e sem dar satisfação à ninguém. Que maravilha isso! E viva a liberdade! Mas isso traz um problema para os que, como eu, pretendem ter um blogue organizado, metódico e com propósitos específicos. O problema é a mácula.
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Como escapar do estigma de que todo blogue é uma zoeira só, sem pé nem cabeça? Bom, não há muito o que se possa fazer... Eu tenho preferido dizer às pessoas que tenho um site, ou um sítio, ou um espaço na web, ou um livro virtual, ou um qualquer-coisa, tudo, tudo, tudo!... menos um blogue.
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Bom, mas você veio aqui hoje para me prestigiar e eu agradeço muito a sua visita! Saiba que pretendo atraí-lo mais vezes pra cá, e para isso, prometo continuar fazendo deste site (melhor assim, melhor assim...) um espaço organizado e com um propósito claro: divulgar a minha literatura tupiniquim. E que pensem o que quiserem! Que sou um escritor vira-lata, que não sei nada de Português, que meus textos são ocos; admito, admito... tudo isso é verdade. Mas uma coisa eu garanto, aqui é tudo limpinho! Nada de cuecas no lustre, pés sobre os móveis ou pratos sujos espalhados pelos cantos. Aqui cada coisa tem o seu lugar e propósito.
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Agora vou sair e deixá-lo à vontade. Pegue uma cerveja na prateleira baixa da geladeira, um tira-gosto na despensa, puxe uma cadeira e, se precisar, o banheiro é ali ó.
Divirta-se!
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Cesar Cruz
Junho/ 08
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3 comentários:
Olá Cesar,
Tá cada dia melhor seus contos!!!
Tome nota desta frase:
"Cada pessoa é um abismo.
Dá vertigem olhar dentro delas"
Bom final de semana!
Claudio
13.6.08
gostei de seu causo sobre blogs.
abç
tales
14.6.08
caro césar
senti total identificação com esta reflexão sua sobre blogs. eu tambem nao entendo nadinha-de-nada do que essa gente escreve nestes blogs internet a fora, por isso evito-os rigorosamente.
saudações
ricardo
18.6.08
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