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Numa noite dessas, assim que voltou da escolinha, a Michele começou a pedir e chorar:
— Cacaquiiiiíí! Buáááááááááá!
— Peraí, filhinha, não chora, papai não está entendendo o que você quer.
— Cacaquiiiiií!
— Amoooor, vem ver se você entende o que a Michele quer!
— Oi meu bem, o que é que você quer? Diz pra mamãe!
— Cacaquiiiiiiíí! Buááááááááá!
Tentamos apontar e oferecer um monte de coisas: guloseimas, suquinhos, brinquedos, colocamos DVDs de desenhos... Nada. Oferecemos até abacaxi e caqui, mas não era nada daquilo. E quanto mais a gente tentava, mais ela se desesperava.
— Cacaquiiiiií!
Naquele dia a Michele foi dormir aborrecida, pois não teve seu Cacaqui, seja lá o que isso significasse.
Ontem, na saída da escolinha, ela e uma amiguinha brincavam, de mãozinhas dadas. A Vanessa, agachada perto das duas, se maravilhava com aquela alegria tão inocente. A professora, que estava perto, comentou:
— A Michele e a Beatriz se adoram!
— É, filha, você gosta da Beatriz? — perguntou minha mulher.
— Cacaqui! — confirmou a Michele, dando um beijo e um abraço na amiguinha.
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— Cacaquiiiiíí! Buáááááááááá!
— Peraí, filhinha, não chora, papai não está entendendo o que você quer.
— Cacaquiiiiií!
— Amoooor, vem ver se você entende o que a Michele quer!
— Oi meu bem, o que é que você quer? Diz pra mamãe!
— Cacaquiiiiiiíí! Buááááááááá!
Tentamos apontar e oferecer um monte de coisas: guloseimas, suquinhos, brinquedos, colocamos DVDs de desenhos... Nada. Oferecemos até abacaxi e caqui, mas não era nada daquilo. E quanto mais a gente tentava, mais ela se desesperava.
— Cacaquiiiiií!
Naquele dia a Michele foi dormir aborrecida, pois não teve seu Cacaqui, seja lá o que isso significasse.
Ontem, na saída da escolinha, ela e uma amiguinha brincavam, de mãozinhas dadas. A Vanessa, agachada perto das duas, se maravilhava com aquela alegria tão inocente. A professora, que estava perto, comentou:
— A Michele e a Beatriz se adoram!
— É, filha, você gosta da Beatriz? — perguntou minha mulher.
— Cacaqui! — confirmou a Michele, dando um beijo e um abraço na amiguinha.
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Cesar Cruz
Agosto 2009
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7 comentários:
tocante sensibilidade.
e habilidade com o mundo das palavras pra construir o mundo das histórias.
sejam elas de verdade ou não.
não sei.
e convence.
adorei.
parabéns.
:-)
Ah que meiguice, e foi assim que o mistério foi desvendado, de forma simples e linda.
Meus filhos, tenho 3, já chegaram a me endoidecer quando eu não os entendia, pior que batia uma tristeza em mim, me sentia meio incapaz, sei lá, por não entender o que um deles queria.
Criança é a pureza apaixonante.
Beijos.
parabéns, majoli. :-)
criança é sempre mesmo encantamento e aprendeção o tempo todo. rico demais da conta.
as de verdade, as que a gente inventa e as que, preciosidade, a gente conserva dentro.
saudações desde porto alegre.
abração.
isso lembra o meu (filho), quando menor (agora com 13 anos), certa vez íamos da heitor peixoto até a sé, de ônibus, e o tempo estava fechando, feio mesmo, virei para ele e disse, nossa filho do jeito que esta o tempo a "gente vai pra roça". tudo bem! chegou na sé, descemos do ônibus, ainda sem chuva, ele perguntou: pai, aqui que é a roça? é mto bom tudo isso né?
xara
ipiranga
Amigo eu sei o que é isso!
Luana na mesma idade da Mi queria de qualquer maneira una " patchanga", chorava e tentava descrever em " Luanês" o que vinha a ser uma "patchanga".
Tentamos de tudo e todo dia ela pedia "patchanga", até que um dia o tio Gu a pegou e sentou no colo para tomar café com ele, e ela estendeu a mão até a fruteira e pegou uma maçã, se virou muito brava pra ele e disse " isso patchanga".
Olha que eu sempre dava maçã a ela, mas ela nunca traduziu o " pathanga" pra mim!
Beijos na Van e um cheiro na minha preferida!
Amei,
Nada mais gratificante do que ler um texto singelo mostrando a inocência de uma criança.
Parabéns,
Dalinha
Pois é isso mesmo Cesar, neste texto ficamos sabendo que és um pai muito coruja. E quem não é, quando os filhos preenchem grande parte de nossas vidas? Parabéns ao casal pela Michele.
Forte abraço,
Pedro.
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