Saudades do seu Manoel!

.
Há uns dias, saí à rua decidido a dar um pequeno prazer a mim mesmo.
.
Tirei férias, e graças à barba e ao cabelo (o resto dele) que cresceram livremente, acabei me lembrando da época em que eu tinha minha bela cabeleira ainda intacta. Isso vinte anos atrás.
.
Eu morava na Pompéia e minhas madeixas eram mensalmente aparadas pelo seu Manoel, ali na rua Havaí, pertinho de casa. Seu Manoel era daqueles barbeiros tradicionais, parecia saído de um filme antigo. Usava jaleco azul claro, calças sociais caqui e sapatos mocassim. Tinha a cabeça branquinha como neve e usava óculos parecidos com o do avô do Pinóquio, equilibrados na ponta do nariz. Já naquela época, deveria estar beirando os 70 anos de idade.
.
O ambiente da barbearia era singular. Entrar ali era como atravessar um portal do tempo. Após cruzar a portinha de madeira e vidro (que trazia a clássica plaqueta “aberto” dependurada por um barbante à maçaneta), o ruído da rua se extinguia e surgiam novos cheiros, luzes e sensações; característicos, pitorescos.
De cara topava-se com a primeira das duas antiguíssimas cadeiras Genaro Ferrante, relíquia dos anos 30, que era onde os fregueses se sentavam. Elas possuíam estrutura de ferro e assentos de palha. Ficavam de frente para o longo espelho emoldurado em madeira, que ia de parede a parede, mofado e tomado por amebas amareladas que se projetavam pelas suas extremidades.
.
Atrás daquelas pesadas cadeiras havia um comprido banco de madeira, parecido com os de igreja, que servia como local de espera para homens de meia idade ou mais velhos. Completando o clima peculiar, havia o silêncio, marca registrada do seu Manoel, que não era lá de muito papo durante serviço.
.
Todos pareciam entender e apreciar essa característica do velho Manoel, pois aguardavam pacientemente a vez, quietos, com as caras enfiadas nos jornais ou folheando alguma revista desmantelada por anos de manuseio.
.
O som ambiente provinha de um aparelho de rádio AM, sempre com a antena em riste, que ficava na bancada do barbeiro e sussurrava baixinho canções do Zé Bétio e outras do gênero. Havia sempre uma térmica com café sobre a mesinha que ladeava o banco de igreja. Ao seu lado, alguns pequenos copos de vidro emborcados sobre a toalhinha aguardavam quem se arriscasse a provar o café do seu Manoel. Era só se servir. Eu nunca me atrevi.
.
Apesar de gostar da calmaria e do clima bucólico daquela barbearia, ali eu sempre me sentia um peixe fora d’água, um estranho num ambiente antiquado, de gente bem mais velha do que eu.
.
Seu Manoel me chamava de rapaz. “Vamos lá rapaz”, dizia ele quando chegava a minha vez, e batia no assento da cadeira. Quando terminava meu corte, anunciava: “Rapaz, está pronto”. Eu pagava e saía. Ele despedia-se com um automático “vai com Deus”, e eu dizia apenas tchau.
.
Eu gostava do seu Manoel e do corte que ele fazia. Gostava especialmente do clima de quietude e calmaria da sua barbearia. Para mim, ficar ali era como que um momento de meditação. Freqüentei-a por anos; só deixei de usufruir da tranquilidade e da casmurrice do seu Manoel quando me mudei para muito longe. Aquele velho barbeiro gostava de alardear: “meus fregueses só deixam de vir aqui quando morrem!”.
Acho que fui o único que não precisou morrer para abandonar a sua tesoura.
.
Seu Manoel morreu anos depois, eu soube por um amigo. A barbearia, não sei se existe ainda. Se existir, deve ter ficado na mão do seu genro, um barbudo que nos dias mais movimentados o ajudava, muito a contragosto da clientela, que preferia ser atendida pelo dono da casa.
.
Recordo-me que naquela época, jovenzinho que eu era, achava muito curioso observar os fregueses que iam lá para fazer a barba. Cortar o cabelo tudo bem, mas fazer a barba? Eu mesmo mal tinha barba! E sempre vi meu pai fazer a barba em casa. Fazê-la numa barbearia era algo estranho, antiquado, para mim. Isso só se via em filmes, novelas...
.
A operação-barba consistia no seguinte: Seu Manoel inclinava a cadeira (com o freguês sobre ela) para trás até quase deitá-la. Então, punha uma toalha fumegante sobre o rosto do cliente e a deixava ali enquanto ia preparar a espuma num potinho branco de cerâmica. Em seguida, pegava sua navalha alemã e a amolava numa pedra especial, com movimentos de vai-e-vem. Hoje em dia não se vê mais navalhas como a que o velho barbeiro usava. Por aí só se encontram falsificações baratas, que parecem legítimas, mas o são apenas para o observador desatento, pois são imitações grosseiras, com cabos plásticos, que no lugar em que deveria haver uma lâmina sólida, há um encaixe para uma metade de gilete. O efeito e a precisão desse artefato falsificado, dizem, não se compara aos das navalhas originais, geralmente importadas, as melhores ouvi dizer que são as alemãs, como a que seu Manoel manobrava.
.
Após terminar o preparo da lâmina e da espuma, seu Manoel retirava a toalha do rosto avermelhado do freguês (que a essa altura já estava cochilando, relaxado) e, com um pincel, aplicava a espuma com movimentos giratórios. Essa etapa demorava bons minutos. Acredito que aqueles giros produziam um efeito especial na pele, massageador, talvez preparando os poros para o deslizamento eficaz da navalha.
Com Zé Bétio murmurando ao fundo e aquela calmaria gostosa, ninguém que estava à espera reclamava da demora. A maioria constituída por aposentados, sem correrias para perpetrar, parecia gostar do sabor daqueles minutos.
.
Seu Manoel, sempre atento por detrás de seus óculos de Gepeto, ia puxando a espuma e limpando a navalha numa esponja, cuidadosamente, em silêncio.
Assistir àquele barbeiro veterano fazer a barba de um freguês era mesmo uma experiência única.
.
Bem, mas eu ia dizendo que pensei em me dar um prazer. Explico: é que nunca experimentei fazer a barba com um profissional. Depois que passei a ter barba, sempre a fiz em casa, com lâminas duplas ou triplas e barbeadores elétricos. Então pensei: “Daqui a pouco faço quarenta anos e não passei por essa experiência!”
.
Decidi aproveitar o meu visual leonino para ir a um bom barbeiro, daqueles tradicionais, estilo seu Manoel. Rodei pelas imediações da avenida Lins de Vasconcelos, onde resido e trabalho. Sempre que avistava alguma portinha que parecia minimamente com uma barbearia, aproximava os pneus do carro do meio fio e espiava dentro. Geralmente não era o que eu procurava...
.
“Aonde foi parar o barbeiro velhinho de cabelos brancos e jaleco azul? Onde poderei encontrar um ambiente como o das lembranças da minha adolescência?” – pensava.
.
Rodei por meia hora, espiando dentro de tudo quanto era portinha. Nada. Sem opção, acabei me rendendo a um desses detestáveis salões unissex. Estacionei e entrei. Havia uns oito profissionais trabalhando em cabeças masculinas e femininas, mulheres e homens cortando, secando e tingindo. Ao fundo, manicures cutucavam mãos e pés femininos.
.
Perguntei à mocinha atrás do balcão da recepção: “Vocês fazem barba e cabelo?”. Ela examinou por alguns segundos minha cabeça e minha barba sem me olhar nos olhos. Então, se virou para uma senhora muito gorda, sentada ao fundo, que lia uma revista e a avisou:
.
- Dona Marli, cliente pra senhora!
.
Dona Marli veio em minha direção sorrindo e suando. Era realmente muito gorda, muito maquiada e metida num vestido amarelo (muito) florido no estilo capa-plástica-de-botijão-de-gás.
.
Só que eu não queria uma dona Marli! Eu queria um seu Manoel! Mas nem me deixaram explicar... Quando vi, já estava sentado na cadeira da mulher.
.
Disse a ela que queria barba feita com navalha e cabelo com máquina zero. Eu estava bastante contrariado, pois aquilo não era nada do que eu procurava, mas me postei quieto, abri o livro que havia levado e me iludi, acreditando que poderia relaxar em silêncio, enquanto curtia o tão esperado prazer. Que delícia seria! Era tudo o que eu precisava! Experimentar a sensação de relax que eu via estampada na face dos fregueses do seu Manoel!
.
Só que havia um problema, a tal dona Marli tinha o desagradável hábito de conversar (muito) com seus clientes. Pior, aos berros!
Mal ela colocou o pano sobre meu torso, começou:
.
- Você mora por aqui, meu bem?
.
- Hum, hum. - resmunguei.
.
- Hummmm. É que nunca te vi!
.
Mostrei-lhe um sorriso Monalisa, através do espelho, e baixei novamente os olhos para o livro. Acreditei que essa atitude de pouco papo poderia fazê-la entender que eu queria ficar quieto.
Ledo engano.
.
- Você tem quantos anos, meu bem? – indagou, forçando-me a abrir a boca.
.
- Trinta e oito – respondi, secamente, sem levantar os olhos do livro.
.
Eu precisava reencontrar o clima, a paz e o relaxamento da barbearia do seu Manoel! Mas isso seria impossível ali, eu saberia logo.
.
- Ah, você ainda é um menino!
.
Voltei ao livro e fingi que não ouvi.
.
- Tem muita vida pela frente! Eu com a sua idade...
.
Falou por uns cinco minutos, sem tomar fôlego, sobre sua vida, juventude etc. Mas como não poderia deixar de ser, voltou a mim.
.
- Vejo que você é casado!
.
Me fiz de surdo e continuei no livro, apesar de não ter conseguido avançar uma única linha. A exclamação transformou-se em indagação:
.
- Você é casado?
.
"Se eu contar ninguém vai acreditar!" - pensei.
.
- Hã, hã.
.
Tem filhos?
.
Fiz que sim com a cabeça.
.
- Quantos?
.
"Mas que merda! Será que ela não vai calar a boca?"- rugi por dentro, furioso.
.
- Um. Uma. – corrigi prontamente.
.
Grande erro! Isso fez com que dona Marli acreditasse que eu estava topando sua prosa. Aí, ninguém mais a segurou. Começou a falar ainda mais alto.
.
- Benza Deus! Que lindeza! Então é uma gatinhazinha? – gritou de dentro de seu vestido fosforescente.
.
O calor, o barulho dos secadores, as vozes desordenadas, a porta aberta permitindo a invasão dos ruídos da avenida e a extravagância histriônica da dona Marli estavam me enlouquecendo.
Levantei a cabeça e olhei-a pelo espelho com ar de poucos amigos. Não adiantou. Nada parecia adiantar.
.
- E quantos aninhos ela tem?
.
“Será que é mesmo necessário berrar assim numa conversa de pé de ouvido?” - perguntei a mim mesmo.
.
Nessa altura já estavam todos (e todas) nos olhando. Eu sentia que meu corpo se encolhia involuntariamente na cadeira. O dela, ao contrário, parecia se avolumar, como o de um pavão.
.
- Um ano e quatro meses - murmurei.
.
- Ai, mas que de-li-ci-a-zi-nha! – esgoelou silabicamente - E essa princesinha parece mais com você ou com a sua mulher?
.
Importante salientar, que a essa altura, ela já havia passado a máquina no meu cabelo e a cadeira já estava inclinada. Dona Marli começava a aplicar a espuma na minha barba.
.
- Não parece muito com nenhum de nós dois. – respondi, evasivo.
.
A mulher era incansável.
.
- Como não? Ah, eu duvi-dê-ó-dó! Menininha novinha sempre parece com o papai! Pode confessar, é a sua cara, né?
.
Pergunta nevrálgica. O que eu diria agora? Pensei em fingir que tinha morrido, mas ela iria berrar e isso seria ainda pior. Qualquer coisa que eu respondesse naquela hora daria pano pra muito escarcéu.
.
Ai de mim! Tive o azar de dar justamente na cadeira de uma dona Marli, fantasiada de cortina de chuveiro, bem no dia em que tudo o que eu mais precisava era de paz e silêncio para provar uma experiência nova, mas ao mesmo tempo tão saudosa...
.
Fechei o livro. Já que o sonho de curtir uma relaxante sessão de barba-cabelo já havia ido pro beleléu, resolvi ver no que dava:
.
- Bem, fisicamente ela não parece com nenhum de nós dois, pois ela é adotiva.
.
Se eu estivesse lendo esta crônica no seu lugar, não acreditaria no que vou contar agora, mas eu juro que é verdade.
.
Dona Marli, como a dona Redonda de Saramandaia, explodiu:
.
- Ai meu Deus do céu!! Mas que coisa mais linda!! Você adotou uma criança?!
.
(Passou pela minha cabeça responder: “Criança? Não, não! Adotei um adulto de quarenta e dois aninhos, já está andando!”).
.
Fez-se o silêncio no salão unissex, tamanho o escândalo.
.
Todos, sem exceção, deixaram de falar e de se mover. As tesouras pararam de cortar, as máquinas elétricas silenciaram, os secadores e até o barulho da rua pareceram estancar. Em um segundo, havia dezenas de olhos esbugalhados pregados em nós. Todas as bocas abertas num O de espanto, congelado.
.
A mulher prosseguiu fazendo ecoar, sílaba a sílaba, seus aborrecidos excessos verborréicos:
.
- Mas-que-co-i-sa-ma-is-lin-da! – repetiu, depois de colocar seus aparatos sobre uma mesinha e unir as mãos ao peito, como numa oração.
.
Pelo espelho eu via sua boca de lábios grossos e batom seboso se movendo bem devagar; o som de sua voz agora parecia sair distorcido, engrossado, lento; cortava o ar quente como num pesadelo.
.
Eu não tinha como me proteger daquilo. Pensei em me ejetar da cadeira e ganhar a rua com pernadas quenianas, mas com espuma no rosto, babador e reclinado na cadeira, seria um desastre ainda maior.
Como último recurso, com as costas suadas de nervoso, inclinei a cabeça e olhei por sobre os ombros para dona Marli. Não era bem um olhar, era um pedido de misericórdia.
Não adiantou. Dona Marli era um algoz inclemente.
.
- Posso te dar um beijo? Você é lindo! – disse, bem devagar, com a voz engrossada e mole, como num disco de 78 rotações. Em transe nervoso, vi em câmera lenta uma gota de suor diluir a maquiagem multicolorida ao redor de seus olhos e descer por suas bochechas em tonalidades azul, amarela e violácea.
.
Não tive como me mexer nem responder, me sentia imerso em uma poça de lama espessa. Eu abria a boca, mas a voz não saía.
.
Então ela se aproximou com um horrível sorriso de Coringa, segurou minhas bochechas cheias de espuma e, sem que eu pudesse reagir, beijou a maçã esquerda do meu rosto, quase no olho; um beijo molhado, que não desgrudava... Pareceram-me longos os minutos em que aquela ventosa úmida permaneceu sobre minha tez, até que, num ruído grave e retumbante, semelhante a explosão de um canhão, a mulher descolou o beiço deixando distender um preguiçoso fio de baba que balançou como uma velha ponte pêncil, depois se rompeu.
Meu livro rodou no ar, lentamente, como numa cena cinematográfica de salto de precipício, e caiu aberto, as páginas arreganhadas. Senti o cheiro do perfume doce da mulher e a sua saliva a me escorrer pelo rosto...
Ainda segurando minha cabeça com as mãozonas gordas e me olhando, nariz a nariz, alertou, em voz pegajosa e grave:
.
- Depois, você traga essa mocinha aqui pra mim conhecer! - sorriu de novo, só com a boca, parecia o Drácula de Bran Stoker.
.
Em pânico, meneei um sim com a cabeça presa.
.
Meu suplício ainda levaria alguns minutos, mas o pior já havia passado. As vozes, os secadores e as máquinas voltaram a funcionar. Tudo começava a se mover novamente no mundo ao meu redor e dona Marli voltava a berrar com seu tom de voz agudo e penetrante.
De repente (e com a graça de Deus!) não éramos mais a atração principal. Fiquei torcendo para que aquilo acabasse logo para que eu pudesse sair de fininho.
.
Desesperado vi quando ela partiu uma gilete ao meio e enfiou numa horripilante navalha de cabo plástico. Então atacou minha barba com a delicadeza de um cão faminto. Ao fim de tudo me mostrou orgulhosa o resultado de seu trabalho num pequeno espelho. Vários fios perdidos no meu pescoço vermelho e esfolado indicavam que eu teria um retrabalho danado quando chegasse em casa.
Paguei e saí após ser atingido por outro beijo melequento. Enquanto me esgueirava envergonhado por entre os clientes, percebi sorrisos e olhos pousados sobre mim.
.
Você já quis estrangular alguém? Dona Marli tinha acabado de me proporcionar uma sessão de tortura e eu ainda tive que morrer com 25 mangos!
.
A mocinha da recepção, aquela que não tinha nem me olhado nos olhos, me disse sorrindo:
.
- Olha, parabéns viu!
.
Devolvi-lhe o sorriso, imaginando que ela certamente ouvira a gritaria toda.
.
- Seu aniversário é hoje? – ela perguntou, me surpreendendo.
.
Subitamente percebi que seria bem possível que as pessoas não houvessem entendido nada. Foi então que tive a ideia...
.
- Sim, é hoje, mas a festa será neste próximo sábado! – soltei a isca e aguardei na beira da lagoa quietinho, como um pescador experiente.
.
- Hummmm! Vai ter bolo?
.
“Fisguei!” – pensei, exultando por dentro. A vingança é mesmo um prato que se come frio! Antes de responder, olhei lá para o fundo do salão. Dona Marli estava entretida, surpreendentemente quieta, pondo ordem em seu espaço. Meu olhar quase secou as flores do seu vestido.
.
Voltei-me para a mocinha e, com os olhos semi-cerrados, injetados de sangue, disse:
.
- Vai sim! Será num buffet que aluguei, com jantar e tudo! Uma festona! Aliás, deixei uns convites para a turma do salão com a dona Marli. Avise a todos, por favor, e não deixe de pegar o seu!
.
- Poxa, obrigada! Avisarei sim! – ela agradeceu, sorrindo de orelha a orelha.
.
Senti-me como um homem que risca um fósforo sobre uma trilha de pólvora e vira as costas.
Saí do salão unissex vingado, mas ainda com uma enorme saudade do seu Manoel.
.
.
Cesar Cruz
Janeiro 2009
.
.
.
.

11 comentários:

Anônimo disse...

Olá Cesar,

Esse seu texto começou um tanto nostálgico que até me lembrou dos velhos tempos em que eu ia com meu pai ao barbeiro. Apesar de não ser o seu Manoel, o cenário era muito semelhante.
Mas depois ficou hilário, como sempre surpeendente.

Muito legal!

Abraços,

Marcelo Lopes

Anônimo disse...

Oi César !

Consegui ler este.....rsrsrsrsss...!!!!!!
Dei uma paradinha no trabalho e achei ótimo, muito bom mesmo...parabéns !!
Você realmente consegue nos fazer voltar no tempo...amei.

Bjs.

Vovó Márcia

Anônimo disse...

Porra! Me esbaldei nesse! Emoção e gargalhadas, até doer a pança!
Abção, Nilo

Anônimo disse...

Es-plên-di-do-e-de-li-ci-o-so!!!!, como diria a Dona Marli!

bjos
Thais

Anônimo disse...

Olá, meu amigo.
Ficou muito bom, apesar de longo, contrariando suas convicções estilísticas. Pode incluí-la entre as melhores.

Abraço
Gabriel

Anônimo disse...

Ce ta ficando bão , hein!

Gostei bastante ,tem estilo, dei boas risadas...
Pj.

Anônimo disse...

Começa como tragédia e termina como comédia. Estiloso. O final é um show a parte. Gostei muito!
abs carinhosos, Victor

Anônimo disse...

Cesar,

Andei viajando nessas férias, por isso não comentei seus textos anteriores.

Aliás, tentei comentar diretamente no seu blog, mas minha ignorância ‘internética’ impediu. Mas hei de aprender.

Bom... esse “Saudades do seu Manoel” é impecável. Os adjetivos que usa para se referir à matrona barbeira são hilários. Antes que você escrevesse, sua imagem já me fazia lembrar a Dona Redonda de Saramandaia, a atriz/carnavalesca/jurada de programa de calouro Wilza Carla.

Mais uma vez, parabéns!!!

Abraço,

Carlos

Anônimo disse...

Repito o presságio: você vai longe, tenho certeza. Muito bem escrito o seu texto.

Tive um tio barbeiro, Orlando. Cortava os meus cabelos e dos 3 irmãos homens, só o das mulheres eram cuidados pela mama, em casa. Como não cobrava, era uma forma de diminuir as despesas de 7 bocas para alimentar, com um orçamento doméstico super apertado. Grande tio Orlando!

Usava navalhas alemãs. Uma era Solingen. Da outra marca, cujo nome não me lembro, seu símbolo não me sai da memória: dois homens estilizados, vistos um ao lado do outro com os braços abertos, se tocando pelas mãos. Eram motivo de orgulho do tio, que antes de proceder ao exato ritual que você menciona (as toalhas ficavam sempre em estufa que, quando aberta, deixava fugir belos vapores) amolava a navalha numa tira de couro, ou num outro amolador menor, com cabo de madeira.


Afiadores de couro. Relembre-se, com a imagem que consta em: http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://theurbanearth.files.wordpress.com/2008/05/biedermeier-navalha.jpg&imgrefurl=http://theurbanearth.wordpress.com/2008/05/07/design-alemaoparte-1-germany-designpart-1/&usg=__KVc7GqWq_we5VD0IBS2W75DHZG8=&h=667&w=477&sz=194&hl=pt-BR&start=4&tbnid=_9VWKch2gEzgxM:&tbnh=138&tbnw=99&prev=/images%3Fq%3Dnavalha%26gbv%3D2%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DG

Você até pode comprar 2 navalhas antigas por R$66.00 em:
http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://img.mercadolivre.com.br/jm/img%3Fs%3DMLB%26f%3D75872163_1788.jpg%26v%3DP&imgrefurl=http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-87306275-2-navalhas-antigas-_JM&usg=__dyoqIzX3odcCulYiLGPnqkJrO-w=&h=250&w=250&sz=8&hl=pt-BR&start=1&um=1&tbnid=QGVLsXPu7q6XlM:&tbnh=111&tbnw=111&prev=/images%3Fq%3Dnavalhas%26um%3D1%26hl%3Dpt-BR%26cr%3DcountryBR%26sa%3DN

Abraços
Jayro

Anônimo disse...

Cé, IMPAGÁVEL!
Até eu, que nunca fiz barba, senti saudades do seu Manoel!
Beijos,
Yeah.

João Inácio disse...

Gostei do texto. Meu pai foi barbeiro a vida inteira. Eu fui barbeiro por um ano ou dois. Tenho um irmão que ainda é barbeiro.

Descobri seu texto quando buscava gravuras de cadeira de barbeiro na internet.

Interessante você ainda se lembrar da marca da cadeira, GENARO FERRANTE. Há também a marca CAMPANILLE, que já não existe mais.

As navalhas certamente eram SOLINGEN (importada) ou CORNETA (nacional).

Mas, voltando ao texto, gostei mesmo. Meus parabéns.

João Ináciio
Uberaba - MG.